Francisco Gomes da Rocha Fagundes
nasceu em Natal no dia 18 de março de 1827, filho de Bartolomeu da Rocha
Fagundes e de Florência Gomes de Jesus Fagundes. Seu pai foi cinco vezes
deputado provincial no Rio Grande do Norte na legenda do Partido Liberal. Seu
irmão, o padre Bartolomeu Fagundes, líder maçom e religioso católico, foi um
dos protagonistas da chamada Questão Religiosa, que entre 1872 e 1875 opôs a
hierarquia da Igreja Católica aos padres simpáticos à maçonaria; foi ainda
quatro vezes deputado provincial no Rio Grande do Norte na legenda do Partido
Liberal e sexto vice-presidente da província, tendo chegado a exercer o governo
durante um curto período no ano de 1868. Fez carreira como funcionário público
e aposentou-se como oficial maior da Secretaria de Governo da província do Rio
Grande do Norte. Em 1882 assumiu a presidência da Câmara Municipal de Natal,
função que no Império era reservada ao vereador mais votado e que na República
corresponderia à de prefeito. Contratou então o dinamarquês Felipe Leinhardt
para proceder à instalação do serviço de água encanada em Natal. Eleito
deputado provincial na legenda do Partido Liberal em 1884, no final de novembro
de 1889 foi um dos signatários da Ata de Proclamação da República no Rio Grande
do Norte, alinhando-se, a partir daí, à liderança do chefe republicano Pedro
Velho de Albuquerque Maranhão. Em 1899 foi eleito senador pelo Rio Grande do
Norte na legenda do Partido Republicano Federal. Tomou posse em maio de 1900,
mas renunciou ao mandato em 10 de julho, apenas dois meses e meio depois. Sua
eleição fora articulada pelo governador Joaquim Ferreira Chaves Filho, com o
consentimento de Pedro Velho, no intuito de guardar uma vaga no Senado até que
se desincompatibilizasse do cargo. Faleceu em Natal em 20 de setembro de 1901.
RENATO AMADO PEIXOTO
FONTES: CARDOSO, R. Memórias;
CASCUDO, L. História da cidade; CASCUDO, L. História do Rio Grande; CASCUDO, L.
História da Assembleia; CASCUDO, L. Vida; LIRA, A. História; SOUZA, I.
República.